Estou lendo um livro chamado "O Livro Da Dor e Do Amor" do J. -D. Nasio. É um livro que fala sobre amor e dor do ponto de vista psicológico, voltado para Freud.
É um livro bem técnico (pelo menos eu achei) e pequeno, umas 200 páginas, mas é o tipo de livro que a gente demora pra ler, pois sempre voltamos um pedaço pra tentar entender melhor o que o autor quis dizer. Eu cheguei a grifar algumas coisas que achei interessante. Não terminei de ler o livro ainda, mas resolvi fazer um comentário sobre ele no meu blog.
Inicialmente o livro cita as dores físicas e psíquicas , comentando as diferenças básicas: a dor física resolvemos com remédios, enquanto a dor psíquica requer um cuidado diferente, uma mudança interior. Amor gera dor, um bom exemplo disso é quando amamos uma pessoa e essa pessoa morre. A dor que sentimos tem a mesma intensidade do amor. Essa é a dor psíquica, ela não passará com remédios, então é preciso enfrentar a situação para curar essa dor. Enfrentar a situação nada mais é do que viver essa fase da vida, encarar a morte como algo que faz parte da vida de todos nós (e realmente faz), acreditar em algo que vá além da vida. Existe vida após a morte? ... Esse já é um outro assunto, que não vou entrar em detalhes agora, mas se a pessoa acredita que a morte tem um propósito, a dor que ela sente ao perder o ser amado será curada muito mais rápido.
O livro cita também o tema "alucinações". Algumas pessoas dizem ver a pessoa que morreu. Até que ponto isso realmente é uma alucinação? Não dá pra ter certeza e cada caso é um caso, mas nós voltamos ao que citei anteriormente: se a pessoa enfrenta a morte, se ela vive esse momento sem ficar se lamentando, significa que ela tem isso bem resolvido dentro dela. O que eu quero dizer com isso? Eu acredito que se a pessoa carrega esses "fantasmas" com ela durante a vida, ela pode sim ter alucinações, pois na verdade ela não viveu a fase no momento certo, a "morte" pra ela continua sendo um problema não resolvido, então ela sempre irá se recordar desse momento como algo terrível, como uma dor incurável. Na verdade essa dor que ele considera incurável, não é tanto pela perda, o problema é continuar amando algo que já não existe mais no plano físico (por isso reforço a importância de encarar a morte como uma passagem necessária na vida de todos, uma evolução, um passo para uma nova etapa). De qualquer forma enfrentar tudo isso e aceitar a morte não significa deixar de amar a pessoa que morreu e muito menos esquecer que ela existiu. Mas a dor se transforma em saudade, e a saudade é uma forma de amar também, só que não machuca, pois você sabe que de alguma forma você não perdeu aquela pessoa.
Agora vamos falar um pouco da dor física. Em muitos casos ela tem ligação com a dor psíquica. O livro cita também que as vezes acontece da gente passar por uma dor física em algum momento da vida, mas que isso fica gravado pra sempre no nosso sub-consciente. Por exemplo: uma pessoa cortou o dedo com a tesoura. No momento que isso aconteceu, ela sentiu a dor, essa dor ficou gravada no sub-consciente, e ela sempre irá tomar cuidado ao usar a tesoura novamente. É um exemplo simples, mas que ilustra bem a ligação que a dor física tem com a psíquica. A pessoa chega a sentir a dor novamente ao se lembrar da situação (claro, depende do caso, geralmente isso ocorre com dores mais intensas).
O autor fala sobre outros tipos de dores também, como a dor masoquista, dor e o grito, a dor do luto, etc. Mas como eu ainda não terminei o livro, deixarei esse post focado na "dor e amor" e "dor física e psíquica". É um tema bem interessante, e muito do que é citado no livro tem um pouco de lógica e nem é novidade para a gente. Eu recomendo o livro, mas tem que ter bastante paciência para lê-lo. É o tipo de livro que irei ler mais de uma vez, com certeza. Como eu comentei no início do post, é um livro voltado à forma de pensar de Freud, não é tudo que eu concordo, acho que na Psicologia (e em tudo na vida) a gente tem que peneirar certas informações, e tirar nossas próprias conclusões do que está sendo estudado ou discutido.
Encerro esse post sobre "Dor e Amor" com uma frase do livro:
"O amor é uma espera e a dor a ruptura súbita e imprevisível dessa espera."
Gostei disso. Acho que vou ler esse livro um dia.
ResponderExcluirOutro dia eu estava pensando sobre a morte, queria escrever alguma coisa a respeito e talvez o livro ajude. ehehe
A leitura de Freud sem dúvidas é bem complicada, ainda mais pra quem não tem familiaridade com o assunto. Requer uma capacidade de abstração mto grande.
ResponderExcluirSó queria discordar do ponto que vc afirma que o amor leva a dor rs Pra mtas pessoas o amor tá ligado a sofrer realmente. Mas o verdadeiro amor é algo que te liberta e te faz sentir bem. Amor não é sinonimo de dor.
Eu concordo com você, mas isso depende muito da sua crença.
ResponderExcluirQuando digo que amor leva à dor quero dizer que quando você perde quem você ama, você sofre na mesma intensidade. Esse amor se transforma em dor.